quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Impactos de Dezembro.



       Depois de tantas decepções, desgosto, medo, insegurança entre outras coisas que tem me deixado abatido durante aquele mês de novembro, superava paulatinamente, me levantava depois de cada palavra que derrubava, a cada atitude aplicada, cada mão estendida por aqueles que sempre foram muito da minha estima, cada momento que eu temia ganhar forças para viver.
       Os sentimentos quando vinham, eram como pancada uma por trás da outra, não criava catombo, nenhum inchaço que pudesse provocar tanta dor, só umas pontadas, mas me reprimia por manter forte diante a situação.
       Além de sofrer, viver, tenho superado aos poucos a guerra de sentimentos, onde me encontrava num caminho perdido e sem chão quando perdi um ente querido na família. Parecia que as coisas iriam continuar a acrescentar a dor, e o meu sofrimento aumentar no decorrer do tempo.
       Foram tantos acontecimentos que eu me fechei ao sentimento, era algo sem vida, sem cor, sem dor, sem lágrimas, sorrisos, e sorri uma vez por outra em situações inapropriada.
      Preocupava-me por esse comportamento, por não chorar, não sentir coisa alguma. Mas sabia que um dia, quando estiver só ou com alguém irei desatar num choro, num desabafo e aos poucos começo a sentir a ter a minha vida de volta. Começo também a sentir desprezo por aquelas pessoas que me machucaram muito; mas não quero sentir essa aversão. Mesmo quando procurava resolver as coisas de maneira mais humana, embora alguns resolviam de maneira orgulhosa, ignorando-a, vivendo como se nada tivesse acontecido. Sabe-se que não sou de guardar rancor ou coisa, mas fazem por onde que na realidade as coisas acontecem, faço a minha parte de não ter de envolver para causar a dor, porque sei que tudo na vida tem troco, é só uma questão de tempo. Às vezes nos perdemos no cansaço e aprendemos a lhe dá com a coisa e eu cansei.
       E hoje eu sei quem é cada um, sei quem são os verdadeiros, aqueles que eu sempre acreditei que pudessem contar, e os outros que tinha um laços estreito de amizade estiveram ao meu lado me dando forças para vencer e acabaram  tornando especiais em parte; e por toda experiencia viva, agora eu sei que eu nunca estarei sozinho.

                                                               [Claymilen Salustiano]

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vida vazia.



       "Frio, vazio, indecifrável, com tão pouco sentimentos, sem caminhos, sem conduta, sem desejo, sem sorrisos. Acho que é assim que se fica após uma pancada atrás da outra, como letras que são apagadas depois de escritas após ditas, como sentimentos que voam e se desfazem com o vento. Como olhares que se cruzam e de repente somem sobre a noite, quem disse que é necessário morrer para deixar de viver? Você desisti no momento que seu olhar perde o brilho, seu melhor companheiro é você mesmo, quando você sente que sua alma se pude-se voaria para longe e quando você deixar de sentir, de sorrir, até de chorar."

                                                         [Clarice Lispector]

sábado, 17 de dezembro de 2011

Sobrei e não há lugar para mim.



       "Escrevo por não ter nada para fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim nas terras dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mas a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui."

                                                                                                       [Clarice Lispector]

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sortudo.


      Eles se conheceram em meio de um site de relacionamento, não tiveram contato algum e muito menos se visto, trocaram palavras pela rede social e depois trocaram e-mails onde pudesse facilitar a conversa em um bate papo.
      Uma vez que conversavam no chat, ele tem se precipitado ao pedir o número do celular dela, a mesma se surpreende e sorrir; mas pede para ir com calma. Ele com todo respeito compreende. 
      Dias se passam, e cada um já se conhecem e entendem um pouco, em algum momento de uma conversação ela delicadamente pede o seu número.
      Ele feliz, digita os caracteres do seu referido número; o mesmo não se contentando, espera ansioso por uma ligação ou coisa.
      Tempos depois, ela discretamente manda-lhe uma mensagem de texto:

      - Seu número ****3157 foi sorteado para fazer parte da minha lista de telefone celular. Quem sabe a sua sorte esteja no outro lado da linha.. 

      Ele sorriu. E ao finalizar a leitura bateu-lhe um desanimo mesmo pego de surpresa e diz.

      - Estou sem crédito.

                                                   [Claymilen Salustiano]