domingo, 31 de outubro de 2010

Truque infernal.


       "Pode alguém roubar a felicidade? Ou será que ela é apenas mais um infernal truque internos dos humanos?"
                                                                                  [A menina que roubava livros.]

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quero você comigo.


      Não me contento de estar longe de ti. Queria estar ao seu lado sempre e não ter que dividir com alguém.
      Queria levá-la para bem longe, onde ninguém pudesse incomodar. Ir para algum lugar onde pudéssemos desfrutar a beleza e a natureza em si. Viver um momento só nosso, que valha muito mais que a eternidade, bem mais que uma lua de mel.
      Queria também dar todo o meu mundo, o meu carinho, meu amor; e afogar essa solidão que me consome durante a sua a ausência. Substituir essa ausência vivida, por noites frias dormindo de conchinha contigo, sentir seus dedos sobre a minha cabeça, fazendo um cafuné e deixando-o dormir nos seus braços. E acordar sempre e muito bem cuidado, cheio de carinho como costumamos fazer quando realmente gostamos de alguém. Você me acordar com aquela bandeja de café da manhã sobre a cama, dando um beijo na minha testa e olhando nos olhos dizendo que ama.
       Fico te querendo todos os dias quando acordo naquela cama sozinho. Alimentando esse desejo em meus pensamentos. O que mais quero é estar sempre contigo, em minha vida, em meu coração.
         
                                                                            [Claymilen Salustiano]

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A certeza da sua ausência.



      Estava em casa sozinho mais uma vez, a sua ausência fez o meu mundo virar de cabeça para baixo.
      Mas sempre que encontro você em meu apartamento, sinto uma alegria imensa, o ambiente volta a florescer, preenchendo o silêncio da sua ausência.
      Parecia uma festa nosso encontro. Quando você vinha me visitar, faziamos planos para o final de semana. Íamos ao shopping fazer compras, caminhar de manhã pela praia. À noite ficávamos em casa, algumas vezes na minha cama comendo pipoca e assistindo filmes. Outrora deitados no chão da sala em frente à lareira, cobertos com o edredom conversando sobre as coisas da vida. Também aquela noite romântica que todo casal faz, de ir a um ambiente agradável, onde podíamos ficar sozinhos, como naquele restaurante da esquina que costumava te levar. Ouvíamos música ao vivo e eu sempre pedia a sua música, a canção favorita, aquela que marcou desde a primeira vez que te vi.
     Sinto a sua falta, que tem deixado essa solidão invadir seu espaço, o nosso ninho. E hoje, que eu estava com planos diferentes para tornar mais apetitoso nosso relacionamento! Levá-la para o show que tanto queria ir e nada dava certo para torná-lo realidade. Fazer aquele passeio aos domingos com algo diferente, um piquenique, com uma cesta farta dos mais variados doces e salgados que você gosta, subir no palco do teatro e gritar para toda a plateia o quanto é especial para mim.
     E nesse instante, sozinho em nossa cama, ouço a chuva lá fora bater contra o vidro da janela. E assim fico, nessa sensibilidade, pensando em você.

                                                                                  [Claymilen Salustiano]

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Solidão acompanhada.


      Acordei com sentimento angustiante, não sei explicar, parece que é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom, por ser um sentimento o qual só sentimos quando realmente gostamos de alguém, e ruim pelo fato de sentir aquele alvoroço de querer esta perto, ou coisa.
      É verdade, e eu gosto, sinto saudades suas.
      Sinto falta do seu cheiro, do calor, a sua presença, de sentir sua cabeça sobre o meu peito, de acordar sussurrando no meu ouvido dizendo que me ama. É, mas sempre que você aparece ela some, e quando você some ela sempre aparece. Da um aperto no peito em lembrar, sensação de querer encontrar novamente para mandá-la ir embora.
      Enquanto voava em meus pensamentos e nessa angústia, inesperadamente recebo uma mensagem na secretária eletrônica e a sua voz doce e delicada zoava pelas paredes do quarto ao encontro dos meus ouvidos.

      -“Queria não sentir essa saudade, que me faz perder o sono e querer mais, mais!!

      E fez assim o meu coração bater mais forte enchendo de lágrimas os meus olhos acompanhada desta solidão.


                                                                                 [Claymilen Salustiano]

sábado, 2 de outubro de 2010

Coração em desalinho.


      Era sexta-feira, o final de semana tinha chegado esperançosamente. Aproveitei e saí de casa para descontrair um pouco com os amigos em um ambiente, um bar, onde poderíamos colocar o papo em dia. Num dado momento, percebi que alguém olhava em minha direção e eu não havia prestado atenção quem seria, ou talvez estivesse olhando para alguém ao meu lado. Encabulei-me, mesmo que tivesse ou não olhado para mim. Tempos depois, me levantei para ir ao bar pedir algo ao garçom e, antes de fazer o pedido, você interveio. Parecia ler os meus pensamentos pois fez o mesmo pedido; e com um simples cumprimento me olhou e disse um oi. Estranhei aquilo, mas correspondi com um sorriso. Fiquei pensando, lembrando se o conhecia de algum lugar, devido a forma pela qual tinha me cumprimentado. Talvez fosse umas das pessoas que já estiveram entre os amigos numa conversa boa em algum momento.
      Em outros momentos, saí com os amigos na velha rotina, onde encontrava algumas vezes ali próximo à mesa, no mesmo lugar de sempre. Parecia coisa do destino. Ou você sempre esteve ali e eu nunca percebi a sua presença. No salão de eventos e nos ambientes reservados tinha de encontrar algumas vezes com amigos, os encontros eram os mesmo e nada de cumprimentos, os olhares pareciam estar desconfiados de algo ou coisa que dizia à meu respeito. Não sei.
      Um dia acessando à internet, entrei num site de relacionamento e fiquei surpreso quando vi o seu convite para fazer parte do meu ciclo de amizades. Surpreso também por se mostrar interessado pela minha pessoa, mal cabia eu saber a razão daquilo.
      E assim, iniciamos alguns contatos. Trocamos e-mails a fim de bater papo para nos comunicarmos melhor. Das poucas vezes em que conversamos, tinha sido por um bom tempo e, na maioria dele, não tinha dado muita atenção ou interesse. Mas, aos poucos, você na simplicidade nas palavras, no dom de conversar, de trocar idéias, tinha mostrado ser uma boa pessoa, de caráter, muito simpática e descontraída.
     Depois das longas conversas, dia após dia, percebi que nunca mais encontrei pelas mesas e os outros lugares daquele estabelecimento. Era estranho aquilo, porque os encontros pareciam rotina. Em alguns momentos não encontrava navegando na internet.
     Algum tempo depois, meses talvez, encontro no bate-papo e logo vou ao seu encontro para saber das novidades, por onde andava durante todo esse tempo e não ter dado sinal de vida. Foi uma conversa longa. Uma das mais estendidas que tivemos. Muito prazerosa, rimos bastante, trocamos ideias. Tudo muito bom.
      Ao longo da conversa, mesmo sem nada para fazer naquele final de semana, me convidou para assistir a um filme em sua casa. Gostei da ideia, logo aceitei. Seria um prazer assistir ao filme com os seus amigos e, principalmente, conhecê-la pessoalmente. Chegando a sua casa, fiquei surpreso por ter sido o único convidado. Imaginei que estivesse convidado os amigos, os parceiros que sempre acompanhava naquele bar. Acanhei-me de jeito do modo que fiquei na primeira vez.
      Conversamos bastante antes de iniciar o filme. Tinha preparado pipoca a fim de assistir ao filme com mais diversão. No decorrer disso, assistimos juntos, um próximo ao outro, no sofá cama na sala. Era prazerosa a companhia como também a casa que era de agradar qualquer um. Mal sabia o que poderia acontecer ali. Sentia uma vontade de chegar mais perto, de abraçar, fazer carinho e sem entender quais as intenções de me ter ali e sozinho.
      Um pouco próximo do término do filme, me estirei um pouco para sentir-me confortável. Você tinha baixado e encostado a cabeça sobre a minha. Foi intenso aquele momento, nos olhamos e olhamos mais. Observava cada detalhe do seu rosto, seus olhos verdes, os lábios carnudos, cabelos ondulados, a pele morena. Enquanto me olhava, aproveitava e acariciava seu rosto macio, aquela pele lisa e delicada. Aos poucos, fomos aproximando e sentindo o coração acelerar cada vez mais. Com os rostos colados e os nossos lábios com água na boca, de querer apreciar aquele momento, momento que vivemos intensamente. Ficamos juntos. Abraçados. Trocando beijos e carinhos iguais às cenas de novela.
      Ensejo maravilhoso que vivi. Aproveitei o momento para saber do seu sumiço, de não ter dado sinal de vida. Ao saber do que se tratava, fiquei sem jeito, embora fosse algo tratando de um sentimento que existia nela. Algo que ninguém poderia mudar, só dependeria dela e, por isso, tinha se afastado de mim. Não queria me ver, se apegar, de gostar e um dia possuir. Então, como me esclareceu, tinha sido uma paixão platônica. Fiquei feliz e, ao mesmo tempo, com receio de culpa em vê-la sofrer de tal forma e não merecer isso.
      Continuamos a nos encontrar e não queria lograr daquele sentimento, nem eu sei explicar o que também estava acontecendo comigo. Deixo-me levar nessa vida, na oportunidade maravilhosa que vivo e entender a razão de estar ali, ou talvez quem sabe se tornaria uma paixão verdadeira.

                                                                   [Claymilen Salustiano.]