terça-feira, 10 de agosto de 2010

- Você.


        Hoje acordei meio para baixo, triste talvez. O dia tem amanhecido lindo como de costume. O sol a iluminar claramente e alegrar o ar sereno que a noite tem deixado. As andorinhas ao vôo em bandos e aos cantos, as flores que expelem um delicado aroma e diversas cores agradáveis.
        E não entendia o que me fez entristecer, querer ficar só, parecia que alguém tinha atirado uma pedra em mim. E no meu quarto continuei, sentia vontade extrema de chorar. Chorar pelo o quê? E qual razão?
       Sentia uma angústia, um vazio adentro. Parecia que tinham arrancado o meu coração do peito. Algo sem vida e aquela vontade de chorar me apertava deixando os olhos cheios de lágrimas.
      Continuava sem entender o porquê daquilo estar acontecendo. Tentei lembrar de tudo que tinha me acontecido nos últimos dias e não vi nada.
      Nada do que eu lembrava havia momento ruim, porque sempre estou ao lado de pessoas que amo.
      Pouco a pouco sentia algo mais intenso, dava uma vontade de sumir, esquecer o mundo. E então percebi o que realmente se manifestava dentro de mim, tornando esse vazio.
      Com apenas quatro letras consegui decifrar o que estava sentido.

      Você que tornava a minha vida completa.
      Olhava sempre com os olhos e ouvia o coração falar.
      Companhia era o que não faltava, éramos cúmplices de todas as travessuras.
      Eu sempre carregarei comigo tudo e todos os momentos vividos.

      Embora tenha partido para nunca mais voltar, sempre terei você aqui do meu lado, do lado de dentro do meu peito, no meu coração.

      Saudades de você que agora se foi.
     
      Enquanto sentia esse remorso e na descoberta do que se manifestava, despertei-me com o som da campainha e segui até a sala para ver o que encontraria por trás daquela porta em madeira e verniz.
      Ao abrir, me deparei com o carteiro. Ele me entregou um papel simples, uma carta. Recebi e agradeci.
      Fechei a porta, sentei no sofá e a curiosidade batia em querer saber o remetente daquela carta que estava em minhas mãos.
      Quando fixei minha atenção e virei, os meus olhos se encheram de lágrimas e o meu coração disparou.

       Era VOCÊ.
                                                                                                  [Claymilen Salustiano]

3 comentários:

Maria Maria disse...

Que lindamente poético!!!!!!
Adorei também essa madeira envelhecida!!!!Parabéns
por tudo.

Outro bom bufete com sabor de amizade!!

Beijos,

Maria Maria

A anja disse...

Poeticamente peeerfeito!!!

Amando td q vc escreve,to seguindo diariamente!!
Abraços,da anja!

Unknown disse...

Ameiiiii....me identifiquei bastante com esse texto...já tive dias exatamente iguais, e parecia que estava lendo exatamento o que meu coração falava...

Beijo, e meus parabéns!!!